Você sabe o que é Taxa Referencial (TR) e como ela pode afetar você e os seus investimentos? Ainda utilizada em muitas aplicações no Brasil, ela sofreu com quedas, apresentando valores baixos.
No entanto, a taxa ainda traz impactos em algumas áreas na vida dos brasileiros. Seja para quem deseja comprar um imóvel ou fazer investimentos financeiros, considerar a taxa pode ser importante.
Mas o que, de fato, é a Taxa Referencial? E como ela funciona na prática? Quais seus objetivos? Essas e outras perguntas vamos responder ao longo do texto. Continue a leitura e saiba mais!
O que é a Taxa Referencial (TR)?
Antes de mais nada, vamos entender o que é a Taxa Referencial ou, como também é conhecida, TR. Em resumo, ela é uma taxa de juros de referência. Ou seja, a taxa atua como um indicador geral da economia do país.
Assim, a TR é um índice financeiro que, antes, funcionava como parâmetro para os juros praticados no Brasil. No entanto, não há mais o uso da taxa com esse intuito.
Por outro lado, ainda há a aplicação da Taxa Referencial para referências e correções monetárias em algumas áreas. Ou seja, sem seu objetivo inicial, ela é útil para corrigir valores ao longo do tempo. Dentre alguns exemplos, podemos citar:
- Alguns financiamentos imobiliários;
- Caderneta de Poupança;
- Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
- Títulos do Tesouro Direto.
E como ela funciona?
Mas como a Taxa Referencial funciona atualmente? Apesar de não ter o mesmo objetivo de antes, a taxa ainda afeta algumas áreas e, consequentemente, a vida do brasileiro.
Em geral, ela atua como indicador para correção de valores de aplicações ao longo do tempo. Com isso, ela pode interferir em diferentes títulos de investimento, como os que já citamos acima.
Dessa maneira, mesmo sem a relevância de antes, a TR continua sendo um indicador importante para aplicações financeiras. O caso de maior é a caderneta de poupança.
Além disso, em algumas situações há a aplicação da Taxa Referencial em determinados tipos de contratos ou financiamentos imobiliários.
Quando ela foi criada?
A Taxa Referencial foi criada no início dos anos 1990, quando o Brasil passava por uma hiperinflação. O fenômeno fez com que o aumento de preços no país chegasse a mais de 2000% ao ano.
Assim, por ser extremamente prejudicial para a economia do país, surgiu a necessidade de impedir a grande variação diária de custos. Já que os aumentos constantes afetavam vários produtos e serviços.
Em geral, toda essa variação causava uma grande instabilidade econômica, gerando ainda uma defasagem em salários e no poder de compra da população. Com isso, devido à necessidade do controle dos aumentos, surgiu a Taxa Referencial.
A ideia era fazer com que houvesse uma forma de facilitar a atualização monetária, auxiliando no acompanhamento da inflação da época.
Taxa Referencial: para que serve?
Dessa maneira, podemos dizer que o maior objetivo da Taxa Referencial na época da sua criação foi o controle e acompanhamento da inflação.
Isto é, com a dificuldade em atualizar os valores para a realidade do país, a TR tornou-se uma referência. Na economia dos anos 90, a inflação superior a 2000% ao ano gerava instabilidade e ajustes de preços diários acima de 5%.
Assim, o intuito da TR era de proteger a economia nacional e o poder de compra da moeda que, na época, ainda era o Cruzeiro.
A Taxa Referencial refletia com maior precisão as variações da inflação, amenizando os impactos causados para preservar o poder de compra.
No entanto, a taxa não foi tão efetiva quanto o esperado. Ou seja, a inflação e instabilidade continuaram. Em 1994, a TR teve um pico histórico de 2474% ao ano.
Taxa Referencial: como ela é calculada?
Mas como a Taxa Referencial é calculada? De que modo os cálculos da taxa são feitos atualmente? E quem é o responsável por efetuar?
Primeiramente, o órgão responsável pelos valores da TR é o Banco Central do Brasil (Bacen). Assim é ele quem calcula e divulga os índices da TR. Desde 2018, o índice baseia-se nas taxas de juros das Letras do Tesouro Nacional (LTN).
Neste sentido, para encontrar o valor da Taxa Referencial, basta utilizar a seguinte fórmula:
- R = a+b x TBF
Nela, temos os seguintes valores:
- R: redutor;
- A: valor fixo igual a 1,005 – valor definido na criação da Taxa Referencial;
- B: atrelado ao valor da TBF, divulgado pelo Banco Central.
- TBF: Tarifa Básica Financeira.
Com os devidos valores aplicados na fórmula, chegamos ao próximo passo do cálculo:
· TR = 100 x [ ((1 + TBF)/R) – 1]
Vale dizer que o cálculo da Taxa Referencial resultará em um valor negativo, que, eventualmente, é considerado zero.
Como a TR impacta seus investimentos?
Agora que você já sabe como a TR é calculada, resta saber como ela impacta na vida dos brasileiros. Como já destacamos, ela ainda está relacionada com alguns investimentos. Veja mais a seguir.
Caderneta de poupança
Ainda um dos investimentos mais populares no Brasil, a caderneta de poupança tem a TR atrelada à sua remuneração. Apesar de mudar conforme a Taxa Selic, a TR é utilizada para incrementar os rendimentos da poupança.
Contratos
Contratos firmados entre pessoas e empresas também podem ter um reajuste ligado à Taxa Referencial. No entanto, a prática é pouco comum, uma vez que os valores da TR são baixos ou zerados em alguns anos.
Financiamentos Imobiliários
E o mesmo podemos dizer dos financiamentos imobiliários. Mesmo não sendo tão comum, alguns financiamentos podem ser corrigidos também por esse indexador, ainda que complementarmente.
FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)
Assim como a caderneta de poupança, o valor do FGTS é incrementado pela Taxa Referencial. Em resumo, há o cálculo do rendimento do Fundo de Garantia com 3% ao ano + TR.
Títulos de Capitalização
Apesar de diferir para cada banco, os títulos de capitalização também podem trazer a Taxa Referencial como referência. Em geral, isso é feito com a rentabilidade sendo calculada pela TR + porcentagem fixa anual.
Conclusão
Após todas essas informações, você já entende mais sobre a Taxa Referencial, como é utilizada e o seu contexto de criação.
É possível dizer que a Taxa Referencial já não tem uma forte presença na economia do país. Mesmo sendo aplicada em alguns investimentos, na maioria dos casos, complementarmente, seus efeitos são menores do que já foram.
Esperamos que o conteúdo tenha sido útil. Até a próxima!